Emu (Dromaius novaehollandiae) da Austrália, reconhecido como a segunda maior ave do mundo
Artigo técnico/Conscientização/Ponto de Vista nº5 Série: Eco Cidadão do Planeta /Fauna/ Ratitas Autor: Délcio César Cordeiro Rocha Educação e Interpretação Ambiental / Manejo e Conservação de Fauna
ACTIVISMVIDA E AMBIENTEDOUTOR ZOOAGRO ECO BRASILFEATUREDPOLITICAS PUBLICAS CONSCIENTIZAÇÃOZOOTECNIAARTIGOS TÉCNICOSEDUCATIONAGROECOECOTURISMOAMBIENTE FLORESTALEDUCAÇÃO AMBIENTALBEM ESTAR ANIMALCURIOSIDADESJOVENS EDUCADORES AMBIENTAIS -JEAANIMAIS SILVESTRESAMBIENTE AQUÁTICO
Doutor Zoo
5/19/2023
Emu (Dromaius novaehollandiae ), Austrália
Emu (Dromaius novaehollandiae )
Introdução
Características Gerais do Emu
O Emu (Dromaius novaehollandiae), reconhecido como a segunda maior ave do mundo, impressiona por suas dimensões imponentes e características físicas singulares. Em média, um emu adulto pode atingir até 1,9 metros de altura, com alguns indivíduos chegando aos 2 metros. Seu peso varia entre 30 a 45 quilos, dependendo de fatores como sexo, genética e disponibilidade de alimento. Porém, é no terreno da distribuição geográfica que o emu demonstra sua adaptabilidade: esta ave não voadora é endêmica da Austrália e se encontra amplamente disseminada por todo o continente, desde regiões áridas até áreas de florestas esparsas.
Os emus possuem uma expectativa de vida que gira em torno de 10 a 20 anos na natureza, embora, em cativeiro, possam viver um pouco mais, graças aos cuidados e falta de predadores naturais. Sua plumagem é densa e possui uma coloração marrom acinzentada, que facilita a camuflagem em seu habitat natural, ajudando a se proteger de predadores.
Outra característica notável é a presença de pernas longas e fortes com uma musculatura robusta, feitas sob medida para a corrida. Este aparato permite que o emu atinja uma velocidade de até 50 km/h, sendo um corredor excepcional entre as aves terrestres.
Classificado entre as ratitas, o emu é parente próximo de outras aves não voadoras como o avestruz, o kiwi e a ema. Assim como essas espécies, os emus possuem esterno plano, uma característica que impede o voo. No entanto, diferentemente de aves menores que têm penas que possibilitam o voo, as penas dos emus são soltas e cerdas, fornecendo uma proteção eficiente contra as intempéries e facilitando a termorregulação.
Dieta e Nutrição
Os hábitos alimentares do emu (Dromaius novaehollandiae) são de natureza onívora, o que significa que essa ave se alimenta de uma vasta gama de fontes naturais. A dieta do emu é composta principalmente de plantas, incluindo sementes, folhas, frutas e brotos. Esses alimentos vegetais formam a base da nutrição diária da ave e desempenham um papel crucial na sua saúde e bem-estar. Além das plantas, os emus também consomem insetos, como gafanhotos e besouros, que fornecem proteínas essenciais.
Adicionalmente, embora seja menos comum, o emu ocasionalmente ingere pequenos animais, como lagartos e roedores. Essa variedade na dieta assegura que ele obtenha uma ampla gama de nutrientes necessários para manter sua energia e crescimento. A alimentação do emu é bastante variável e pode mudar conforme as estações do ano. Durante a primavera e o verão, por exemplo, abundam as frutas e os brotos, oferecendo uma fonte energética rica. No outono e inverno, quando esses recursos são mais escassos, aumentam a ingestão de sementes e insetos.
Outro fator interessante sobre os hábitos alimentares do emu é a relação com o comportamento fotoperiódico. A variação da duração do dia afeta os padrões de alimentação e atividade do emu, influenciando a quantidade de tempo que passam forrageando e os tipos de alimentos que procuram. Nas estações com dias mais longos, tendem a ter mais horas de atividade e, consequentemente, maiores períodos de consumo alimentar.
Esse comportamento os ajuda a armazenar energia e nutrientes suficientes para suportar as estações mais difíceis. Dessa forma, a dieta e a nutrição do emu são adaptáveis e refletem uma estreita interação com o meio ambiente e suas flutuações sazonais, assegurando a sobrevivência e o sucesso dessa espécie em seu habitat natural.
Velocidade e Movimento
O Dromaius novaehollandiae é uma ave notável, não apenas por seu impressionante tamanho, mas também por sua extraordinária capacidade de movimentação. Conhecido como a segunda maior ave do mundo, o emu pode atingir velocidades de até 50 km/h. Essa habilidade de correr a altas velocidades é facilitada por sua estrutura física única e adaptada.
Uma das características mais significativas do emu é a força e potência de suas pernas. Suas pernas longas e musculosas são projetadas para proporcionar velocidade e resistência. Cada perna é composta de músculos poderosos que permitem movimentos rápidos e eficientes.
Os pés do emu, com três dedos fortes e grandes, proporcionam uma base sólida e firme, essencial para corridas em terrenos variados. Esses pés são também essenciais para manobras rápidas e mudanças de direção, funcionalidades vitais para a sobrevivência na natureza.
O design aerodinâmico do corpo do emu também contribui para sua habilidade de correr em velocidades elevadas. Apesar de seu porte grande, o corpo é adaptado para mover-se com eficiência e agilidade. A plumagem suave e densa ajuda a reduzir o arrasto do ar enquanto corre, permitindo que a ave mantenha velocidades mais altas por períodos mais longos.
Na natureza, o emu utiliza sua velocidade e agilidade para múltiplos propósitos, destacando-se principalmente na busca por alimento e na fuga de predadores. Ao procurar alimento, pode cobrir grandes distâncias em busca de plantas, insetos e pequenos animais que compõem sua dieta variada. Já perante ameaças, a incrível velocidade do emu se destaca como um mecanismo de defesa eficaz, permitindo que ele escape rapidamente de predadores como dingos e águias.
Comportamento Reprodutivo
O comportamento reprodutivo do Dromaius novaehollandiae é rico em peculiaridades que destacam essa espécie entre as aves. Durante o período de acasalamento, o macho exibe comportamentos de exibição elaborados, que incluem uma série de movimentos coreografados e posturas impressionantes. Estes displays são frequentemente acompanhados por vocalizações específicas, permitindo que os emus comuniquem seu interesse e aptidão reprodutiva. As vocalizações, que podem incluir grunhidos e batidas de tambor, desempenham um papel crucial na formação de pares.
Além das exibições de acasalamento, a territorialidade é um aspecto importante do comportamento reprodutivo dos emus. Durante esta fase, ambos os sexos podem demonstrar comportamento agressivo para defender seu território contra intrusos. A proteção do território é essencial para garantir que uma área apropriada seja disponível para a incubação e cuidado com os filhotes.
Em um ponto interessante do comportamento reprodutivo dos emus, o papel na incubação dos ovos é primariamente desempenhado pelo macho. Após o acasalamento, a fêmea deposita os ovos, muitas vezes em duas ou três semanas, no ninho previamente preparado pelo macho. Uma vez postos os ovos, o macho assume total responsabilidade pela incubação. Ele permanece no ninho por cerca de oito semanas, raramente abandonando-o durante este período. A dedicação do macho é notável, pois ele frequentemente não come, bebe ou defeca durante este tempo, sua atenção está totalmente voltada para a proteção e manutenção dos ovos.
Após a incubação, a eclosão dos filhotes acontece simultaneamente, um traço comum entre as ratitas. O macho continua seu papel de cuidador, guiando os filhotes e ensinando-os a se alimentar e a se proteger. Este cuidado paternal intensivo destaca a importância do papel do macho no sucesso reprodutivo da espécie, enfatizando a colaboração parental que caracteriza a vida de um emu.
Interação com o Ambiente
O emu é uma ave nativa da Austrália, que apresenta uma interação única e robusta com seu habitat natural. Habitualmente, esses pássaros são encontrados em várias regiões da Austrália, incluindo florestas abertas, planícies áridas e semiáridas. Uma das principais adaptações do emu ao seu ambiente é sua capacidade de percorrer grandes distâncias em busca de alimento e água, um comportamento que reflete sua natureza migratória.
Os emus são bem adaptados para enfrentar as variações extremas de temperatura do clima australiano. Eles possuem penas espessas que protegem contra o frio e o calor, além de um comportamento particular de abrir suas asas para regular a temperatura corporal. Seu sistema digestivo é altamente eficiente, permitindo que eles extraíam o máximo de nutrientes e se ajustem a uma dieta diversificada composta por folhas, frutas, insetos e pequenos animais, fatores cruciais para sua sobrevivência em áreas com recursos limitados.
O comportamento social dos emus também influencia diretamente sua interação com o ambiente. Eles são criaturas geralmente solitárias, mas durante a estação de acasalamento, exibem padrões migratórios específicos que os levam a locais onde a reprodução seja mais favorável. Após o acasalamento, o macho assume a responsabilidade exclusiva pela incubação dos ovos e cuidado das crias, um aspecto que demonstra uma notável adaptação comportamental ao ambiente natural.
Os desafios enfrentados pelo emu em seu ecossistema incluem a competição por alimentos e recursos hídricos e a necessidade de evitar predadores naturais como os cães selvagens e ofertas ao ambiente humano. Em resposta a essas pressões, os emus demonstram uma capacidade resiliente de adaptação, como evitar períodos de atividade durante o escaldante verão australiano e ajustar seus hábitos alimentares conforme a disponibilidade de recursos.
Estas interações complexas e dinâmicas sublinham a capacidade do emu de não apenas sobreviver, mas prosperar em um ambiente muitas vezes hostil e mutável, evidenciando uma extraordinária ligação entre esta ave notável e seu habitat natural.
Criação em Cativeiro e Conscientização Ambiental
A criação de emus (Dromaius novaehollandiae) em cativeiro exige um conjunto detalhado de considerações, tanto legais quanto práticas. Primeiramente, é essencial que criadores potenciais estejam cientes das regulamentações existentes. Em muitos países, a criação de emus é regulamentada por leis específicas que visam garantir o bem-estar das aves e a manutenção de populações saudáveis. De forma geral, é necessário obter licenças específicas que comprovem a capacidade de fornecer um ambiente adequado e seguro para esses animais.
Quanto às necessidades específicas, os emus exigem grandes espaços abertos para se movimentar, já que são aves de grande porte com forte tendência a se deslocar longas distâncias. O espaço deve incluir áreas para forrageamento e acesso a fontes de água limpa. A dieta em cativeiro deve ser cuidadosamente balanceada para fornecer todos os nutrientes necessários, incluindo proteínas, vitaminas e minerais. A atenção ao manejo sanitário também é crítica; as instalações devem estar livres de parasitas e doenças comuns entre aves.
Em termos de cuidados, os emus necessitam de um ambiente que simule seu habitat natural tanto quanto possível. Os abrigos devem proteger contra condições climáticas adversas enquanto permitem liberdade de movimento. Além disso, supervisão veterinária regular é imprescindível para monitorar a saúde geral das aves e prevenir surtos de doenças.
Pesquisas científicas realizadas com emus têm contribuído significativamente para o entendimento de sua biologia, comportamento e necessidades de conservação. Estudos focam frequentemente na genética, ecologia e resistência a doenças, informações que são fundamentais para iniciativas de conservação em escala global. Projetos educacionais e campanhas de conscientização ambiental desempenham um papel crucial na proteção do emu e na preservação de seu habitat natural. Essas iniciativas geralmente envolvem comunidades locais, incentivando práticas agrícolas sustentáveis e a redução de ameaças como a perda de habitat e a caça ilegal.
A conservação do emu, uma ave icônica, depende de um esforço coletivo que envolve tanto a criação em cativeiro bem regulamentada quanto as iniciativas de conscientização e proteção ambiental. Com a implementação cuidadosa dessas práticas, é possível garantir a sobrevivência contínua desta espécie extraordinária.
Referências
https://www.infoescola.com/animais/aves-ratitas/ acesso 02/04/2023
https://anamma.com.br/diferenca-entre-aves-ratitas-e-carinatas/ acesso 02/04/2023
https://livraria.funep.org.br/product/doencas-de-avestruzes-e-outras-ratitas/ acesso 02/04/2023
https://geasbrasil.wixsite.com/geasbrasiloficial/post/grandes-ratitas-as-maiores-aves-do-mundo-n%C3%A3o-voam acesso 02/04/2023
www.infoescola.com/animais/aves-ratitas/ acesso 02/04/2023
https://brasilescola.uol.com.br/animais/ema.htm acesso 02/04/2023
https://www.ufrgs.br/faunadigitalrs/ema-rhea-americana-2/ acesso 03/04/2023
https://passarinhando.com.br/index.php/component/k2/item/777-ema-rhea-americana
https://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/aves/ema_rhea_americana.html acesso 02/04/2023
https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Registro-da-Ema-Rhea-americana-criada-em-cativeiro-em-Mossoro-RN_fig1_334266163 acesso 03/04/2023
https://bib.pucminas.br/teses/Zoologia_AzevedoCS_1.pdf acesso 02/04/2023
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-14062004-164941/en.php acesso 03/04/2023
htps://badoca.com/animais/avestruz/ acesso 03/04/2023
https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/avestruz acesso 03/04/2023
Como Citar:
Portal AMBIENTE EM FOCO. ROCHA, Délcio César Cordeiro. Emu (Dromaius novaehollandiae) da Austrália, reconhecido como a segunda maior ave do mundo. Disponível em: https://ambienteemfoco.com/emu-dromaius-novaehollandiae-da-australia-reconhecido-como-a-segunda-maior-ave-do-mundo. Série: Eco Cidadão do Planeta/ Fauna/ Aves Ratitas. Artigo técnico/Conscientização/Ponto de Vista nº5. Publicado em 2023. Acesso em DIA/ MÊS/ ANO