Fraudes no Leite

FRAUDES EM LEITE

Autora: Maria Fernanda Pereira Batista

Disciplina: Extensão Rural

Curso: Zootecnia

Prof. Délcio César Cordeiro Rocha ICA/UFMG

1) INTRODUÇÃO:

O leite é um dos alimentos mais consumidos globalmente e, por essa razão, está sujeito a fraudes que podem ocorrer em diversas etapas da sua cadeia produtiva. Essas fraudes podem comprometer a qualidade do produto, afetar a saúde dos consumidores e causar prejuízos econômicos tanto para os consumidores quanto para os produtores e indústrias.

2) FRAUDES NA PRODUÇÃO

Durante a fase de produção do leite, os produtores podem empregar práticas fraudulentas para aumentar a quantidade de leite ou melhorar a aparência do produto. Uma das fraudes mais comuns é a adição de água, onde água é misturada ao leite para aumentar seu volume. Essa prática não só reduz a concentração de nutrientes como também altera o sabor e a qualidade do leite.

Outra prática frequente é a adição de reconstituintes, como leite em pó, ao leite, com o objetivo de enganar os consumidores e aumentar o volume do produto. Além disso, a adição de conservantes e neutralizantes é usada para mascarar a deterioração do leite, modificando suas características naturais, como acidez e sabor, para que o produto pareça estar em melhores condições do que realmente está.

3) FRAUDES NO TRANSPORTE

No transporte do leite para as indústrias, as fraudes podem incluir o aumento de volume, onde água ou outros reconstituintes são adicionados durante o transporte para obter um maior volume de leite e, consequentemente, aumentar os lucros. Outra fraude é a máscara da adição de água, onde a água é adicionada de forma a não ser detectada pelos testes padrão, comprometendo a qualidade do leite e enganando os processos de controle e fiscalização.

4) FRAUDES NA INDÚSTRIA

Dentro da indústria láctea, as fraudes podem assumir formas ainda mais sofisticadas. Um exemplo é o desnate, que consiste na retirada da gordura do leite para reduzir os custos de produção e aumentar o volume do leite. Essa prática é frequentemente mascarada com a adição de outros ingredientes, o que permite enganar tanto os consumidores quanto os órgãos de fiscalização sobre a verdadeira composição do produto.

Além disso, pode haver alteração de características sensoriais do leite. Isso envolve a utilização de aditivos para modificar o sabor, a textura e o aroma do leite. Essas alterações são muitas vezes realizadas para ocultar a adulteração ou deterioração do produto, tornando-o aparentemente mais atrativo e aceitável para o consumidor, apesar de sua qualidade comprometida.

5) FRAUDES NO COMÉRCIO

Quando o leite chega ao ponto de venda, novas fraudes podem ocorrer. Uma das práticas fraudulentas é a máscara da acidez, onde são adicionadas substâncias para disfarçar o aumento da acidez do leite, que pode resultar de uma má conservação ou adulteração anterior.

Outra fraude comum é a substituição e adulteração, onde produtos lácteos são vendidos como sendo de maior valor, apesar de conterem adições não declaradas ou alterações substanciais na composição.

As fraudes no leite têm vários impactos negativos, como a redução do rendimento, uma vez que a adição de água ou outros reconstituintes pode diminuir o valor nutricional do leite. Além disso, há prejuízos econômicos, pois, além de afetar a qualidade do produto, a fraude pode gerar custos adicionais com operações industriais e controle de qualidade. Por fim, há riscos à saúde, pois a presença de substâncias potencialmente perigosas devido a práticas fraudulentas pode comprometer a saúde dos consumidores.

6) CONSIDERAÇÕES FINAIS

As fraudes em leite representam uma séria preocupação tanto para a saúde pública quanto para a integridade do mercado de produtos lácteos. É crucial que sejam implementadas medidas rigorosas de controle e fiscalização em todas as etapas da cadeia produtiva do leite. Órgãos como o Serviço de Inspeção, vinculado ao Ministério da Agricultura (MAPA), e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desempenham papéis fundamentais na garantia da qualidade e segurança do leite disponível para os consumidores.

7) REFERÊNCIAS:

• BRILHANTE JÚNIOR, Edson. Fraude em leite e produtos lácteos-revisão sistemática. 2022.

• DA SILVA, CLÁUDIA RODRIGUES; VIEIRA, ALINNE FERNANDES; RIBEIRO, LARYSSA FREITAS. Fraudes no leite fluído. Revista GeTeC, v. 10, n. 27, 2021.

• FAGNANI, R. Principais fraudes em leite. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/colunas/rafael-fagnani/principais-fraudes-em-leite-100551n.aspx. Acesso em: 23 julho 2023.

• PANCIERE, Bruna Medeiros; RIBEIRO, Laryssa Freitas. Detecção e ocorrência de fraudes no leite fluido ou derivados. Revista GeTeC, v. 10, n. 27, 2021.

Como Citar:

Portal AMBIENTE EM FOCO. BATISTA, M. F. P.; & ROCHA, D. C. C.  Fraudes no Leite. Projetos: Aprendendo com as Plantas e Animais na Min Fazenda/ Eco Cidadão do Planeta. Série: Desmistificando a Zootecnia/ Comportamento e Bem Estar Animal. Ponto de Vista/Artigo técnico nº8. Publicado em 2024. Disponível em: https://ambienteemfoco.com/fraudes-no-leite. Acesso em DIA/ MÊS/ ANO.

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