Sugestões de Plantas Repelentes a Serem Usadas em Consórcio

Artigo Técnico/Conscientização/Ponto de Vista Série: Agroeconegócios/ Educação e Interpretação Ambiental Plantas Repelentes de alguns Insetos nº7 Autor: Délcio César Cordeiro Rocha

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12/15/2023

Sugestões de Plantas Repelentes a Serem Usadas em Consórcio

Série: Educação e Interpretação Ambiental/ Plantas Repelentes de alguns Insetos

Artigo técnico/Conscientização/Ponto de Vista nº7

Autor: Délcio César Cordeiro Rocha

Introdução:  Plantas Repelentes em Consórcio

O uso de plantas repelentes em consórcio representa uma abordagem sustentável e eficaz no cultivo agrícola, permitindo não apenas a proteção das culturas, mas também a promoção da biodiversidade. As práticas agrícolas tradicionais muitas vezes dependem do uso intensivo de pesticidas químicos, que podem causar danos ao meio ambiente e à saúde humana. Em contraste, a introdução de plantas repelentes em consórcio oferece uma alternativa viável, utilizando a natureza a favor do agricultor.

As plantas repelentes são aquelas que, devido a compostos químicos presentes em suas folhas, flores ou raízes, têm a capacidade de afastar insetos indesejados. Quando cultivadas em conjunto com outras plantas, elas podem criar um ambiente propício que não apenas protege as culturas de pragas, mas também melhora a resistência geral das plantas. O consórcio de diferentes espécies vegetais possibilita uma coexistência harmoniosa, na qual as plantas se beneficiam mutuamente, estabelecendo um ecossistema diversificado e equilibrado.

Um dos principais benefícios dessa prática é a minimização da incidência de pragas, que afeta diretamente a produtividade das colheitas. Ao implementar consórcios, os agricultores podem observar um aumento significativo na saúde das plantas, além de uma melhor qualidade dos produtos agrícolas. Combinando variedades como o manjericão e a calêndula ou o alecrim e a cenoura, por exemplo, pode-se observar que estas combinações estratégicas não apenas repelem insetos, mas também atraem polinizadores, contribuindo para uma colheita mais saudável e robusta.

Além disso, o uso de plantas repelentes em consórcio auxilia na conservação do solo e na melhoria da fertilidade, fatores imprescindíveis para a agricultura sustentável. Assim, essas práticas não apenas garantem a proteção das culturas, mas também asseguram a viabilidade das práticas agrícolas para o futuro.

Cravo de Defunto e Suas Aplicações

O cravo de defunto, também conhecido cientificamente como Tagetes erecta, é uma planta altamente valorizada no contexto agrícola, especialmente por sua capacidade de atuar como repelente de pragas. Essa planta é particularmente eficaz no controle da broca-pequena (Neoleucinodes elegantalis) e da broca-grande (Helicoverpa zea), ambos insetos que podem causar danos significativos em cultivos de tomate. Além de suas propriedades repelentes, o cravo de defunto contribui para a promoção da biodiversidade no solo e no ecossistema agrícola.

O cultivo do cravo de defunto é relativamente simples, pois essa planta se adaptam bem a diferentes tipos de solo e condições climáticas. Para cultivar, é recomendado que as sementes sejam plantadas em um solo bem drenado, rico em matéria orgânica.

A exposição ao sol é ideal, uma vez que o cravo de defunto requer pelo menos algumas horas de luz solar direta diariamente. As regas devem ser moderadas, evitando encharcamento, que pode prejudicar o desenvolvimento da planta.

Além de repelir pragas, o cravo de defunto pode ser estratégico em consórcios com outras plantas. Por exemplo, quando combinado com culturas de tomate, a presença do cravo promove um ambiente mais favorável, contribuindo para uma maior resistência das plantas a doenças e pragas. Essa sinergia não apenas melhora o rendimento, mas também proporciona sustentabilidade no sistema agrícola, favorecendo o equilíbrio ecológico no cultivo. Incorporar o cravo de defunto em projetos de cultivo é, portanto, uma opção viável e benéfica para agricultores que buscam métodos naturais de proteção contra pragas.

Herbáceas Aromáticas como Repelentes

As ervas aromáticas têm se mostrado bastante eficazes quando utilizadas como repelentes naturais no cultivo agrícola. Entre as variedades mais recomendadas estão o coentro, a arruda e o alho, que possuem propriedades que ajudam a proteger as culturas contra insetos indesejados, como as lagartas desfolhadoras. Essas lagartas, em especial a Plutella xylostella e a Trichoplusia ni, podem causar danos significativos em plantações de vegetais cruciais, como repolho, couve e couve-flor.

O uso dessas ervas em consórcio é uma estratégia que não apenas maximiza o espaço disponível, mas também permite uma proteção mais abrangente das culturas.

O coentro é uma erva de fácil cultivo que, além de proporcionar um tempero delicioso, contribui na atração de insetos benéficos, que são predadores naturais das lagartas. Sua presença ao lado das culturas de repolho e couve ajuda a criar um ecossistema mais equilibrado. A arruda, por outro lado, é conhecida por seu aroma forte, que repele diversas pragas. A planta é resistente e pode ser cultivada em diferentes condições de solo, tornando-a uma escolha prática para os agricultores. Por fim, o alho, amplamente utilizado tanto na culinária quanto na medicina tradicional, se destaca por suas propriedades antibacterianas e repelentes.

Quando se combinam essas ervas aromáticas com vegetais como repolho, couve e couve-flor, os benefícios se multiplicam. As ervas não só exercem seu efeito repelente, mas também proporcionam um valor agregado à alimentação, uma vez que podem ser utilizadas na preparação de pratos variados. Esse cultivo conjunto torna-se uma solução sustentável, promovendo a biodiversidade e reduzindo a dependência de defensivos químicos. A integração de ervas aromáticas nas hortas pode ser uma excelente escolha para quem busca uma abordagem mais ecológica e saudável para a agricultura.

Alecrim e Tomilho Contra Pragas

O alecrim (Rosmarinus officinalis) e o tomilho (Thymus vulgaris) são ervas amplamente reconhecidas não apenas por seu uso culinário, mas também por suas propriedades repelentes de pragas. Especificamente, essas plantas têm mostrado eficácia na proteção de cultivos de couve de folha contra a borboleta da couve (Ascia monuste orseis), que pode causar sérios danos às plantações. A presença de alecrim e tomilho pode servir como uma barreira natural, reduzindo a infestação dessas pragas e promovendo um ambiente mais saudável para as culturas.

O alecrim é uma planta perene que se desenvolve em solos bem drenados e em locais ensolarados, podendo atingir até 1,5 metros de altura. Suas folhas lanceoladas e aromáticas atuam como um repelente natural, inibindo a atividade das pragas que frequentemente atacam as hortas. Já o tomilho, com sua baixa estatura e folhagem densa, possui um aroma forte que é particularmente desagradável para a borboleta da couve. Esta erva também requer sol pleno e é altamente adaptável a diferentes tipos de solo, o que facilita seu cultivo em diversas condições.

Quando cultivados próximos às couves, repolho e alface, o alecrim e o tomilho não apenas ajudam a controlar pragas, mas também atraem insetos benéficos, que podem ajudar na polinização e controle natural de outras pragas. Além disso, suas raízes promovem a saúde do solo, melhorando sua estrutura e aumentando a biodiversidade.

Para maximizar os benefícios dessas ervas, recomenda-se plantá-las em fileiras ou em padrões que permitam uma boa circulação de ar, facilitando o crescimento de ambas as culturas. Esta prática não apenas oferece proteção contra pragas, mas também contribui para uma colheita mais abundante e saudável.

A Importância da Sálvia no Controle de Pragas

A sálvia (Salvia officinalis) é uma planta da família Lamiaceae, amplamente reconhecida não apenas por seu uso culinário, mas também pelas suas propriedades repelentes de pragas. Este atributo é especialmente relevante no controle de insetos como a mariposa do repolho (Trichoplusia ni), que pode causar danos significativos às plantações de repolho. O cultivo da sálvia, portanto, se apresenta como uma estratégia eficaz para proteger culturas específicas, permitindo uma abordagem mais sustentável no manejo de pragas.

Para que a sálvia atue eficazmente como repelente, é fundamental seguir algumas práticas de cultivo e manejo. Primeiramente, a planta prefere solos bem drenados e uma exposição solar adequada, tornando-se crucial escolher o local correto para seu plantio. Além disso, a irrigação deve ser moderada, pois o excesso de água pode prejudicar o desenvolvimento da sálvia e, consequentemente, sua eficácia no controle de pragas. A adubação com compostos orgânicos pode enriquecer o solo e fortalecer a planta, contribuindo para a produção de óleos essenciais que repelem insetos.

Integração de culturas é uma técnica valiosa que amplifica os benefícios da sálvia no manejo de pragas. Associar a sálvia com o repolho, por exemplo, pode resultar em uma proteção mútua, já que a presença da sálvia tende a desencorajar a aproximação da mariposa do repolho. Além disso, a diversidade de plantas no cultivo diminui a probabilidade de surtos de pragas, pois interfere no comportamento dos insetos.

Implementar consórcios de sálvia com outras espécies como cenoura e beterraba pode maximizar a produção e reduzir a pressão de pragas, contribuindo assim para a sustentabilidade do sistema agrícola. A adoção dessas práticas se demonstra essencial para um manejo eficiente e benéfico do ambiente de cultivo.

Plantas Aromáticas e seu Papel na Proteção Geral

As plantas aromáticas desempenham um papel fundamental na agricultura sustentável, atuando como repelentes naturais contra pragas como borboletas, mariposas e formigas. Espécies como a hortelã, o manjericão e a alfavaca não apenas agregam valor à produção agrícola, mas também proporcionam uma camada extra de proteção para as culturas vizinhas. A hortelã, por exemplo, é conhecida por seu aroma intenso, que atua como um dissuasor para diversas pragas. Para cultivar hortelã, é recomendado plantar em solo úmido e bem drenado, garantindo também um local que receba luz solar direta por pelo menos 6 horas ao dia.

O manjericão, por sua vez, é uma erva com múltiplos usos, tanto na culinária quanto na jardinagem. Além de atrair polinizadores, suas folhas exalam um cheiro forte que é particularmente eficaz na repelência de mosquitos e outras insetos indesejados. O manjericão cresce melhor em climas quentes e pode ser cultivado em vasos ou diretamente no solo. Esse tipo de planta requer regas regulares, mas deve ser feito com cuidado para não encharcar a terra.

A alfavaca é outra planta aromática valiosa, frequentemente utilizada em consórcios agrícolas. Ela não apenas ajuda a repelir pragas, mas também pode aprimorar o sabor e o crescimento de vegetais vizinhos. Para integrar alfavaca nas práticas de consórcio, recomenda-se plantá-la em fileiras alternadas com culturas mais suscetíveis a pragas, maximizando assim sua eficácia.

Essencialmente, ao cultivar hortelã, manjericão e alfavaca, os agricultores não só enriquecem a biodiversidade das suas plantações, mas também criam um ambiente mais seguro e produtivo.

Mastruz e Girassol: Soluções Naturais para Insetos

O mastruz, conhecido cientificamente como Chenopodium ambrosioides, é uma planta amplamente utilizada na medicina tradicional, mas também demonstra efetividade no controle de pragas. Seu aroma característico, que muitos consideram pungente, atua como um repelente natural, afastando insetos como pulgões e outras pragas que ameaçam culturas diversas. Assim, ao integrar o mastruz em um consórcio com outras plantas, promove-se um ambiente mais saudável e equilibrado no cultivo.

Por outro lado, o girassol (Helianthus annuus) é amplamente reconhecido por sua beleza e alta produtividade de sementes, mas também desempenha um papel significativo no manejo integrado de pragas. Essas plantas atraem polinizadores, que contribuem para aumentar a biodiversidade na área cultivada. Além disso, os girassóis secretam substâncias que podem repelir pragas específicas, atuando como um bioinseticida, o que resulta na proteção de culturas adjacentes.

Para maximizar os benefícios do mastruz e do girassol na agricultura, é importante observar algumas orientações sobre o plantio e manejo. O mastruz pode ser cultivado em solo com boa drenagem e exposição ao sol, enquanto o girassol se adapta a diferentes tipos de solo, mas prefere locais ensolarados. A plantação conjunta dessas espécies, respeitando os espaçamentos ideais, pode potencializar o efeito repelente ao criar um microclima favorável que desencoraja a infestação de pragas.

Além dos benefícios diretos das plantas, a interação entre elas melhora a saúde do solo e a diversidade ecológica, fatores essenciais para o controle natural de pragas. Ao utilizar o mastruz e o girassol em consórcio, os agricultores podem alcançar uma produção mais sustentável e saudável, reduzindo a dependência de químicos no combate a insetos nocivos.

Referencias

Como Citar:

Portal AMBIENTEEMFOCO.  ROCHA, D. C. C.  Sugestões de Plantas Repelentes a Serem Usadas em Consórcio  Disponível em:  https://ambienteemfoco.com/sugestoes-de-plantas-repelentes-a-serem-usadas-em-consorcio Série: Educação e Interpretação Ambiental/ Plantas Repelentes de alguns Insetos. Artigo técnico/Conscientização/Ponto de Vista nº 7. Publicado em 2023. Atualizado em 2024. Acesso em DIA/ MÊS/ ANO

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